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Características da natureza feminina

Características da natureza feminina

A mulher, com todas as responsabilidades e papéis que desempenha na sua vida, deve conhecer-se melhor do que ninguém e cuidar de si!

Vamos desvendar alguns dos aspectos principais da natureza feminina: fisionomia, saúde íntima e ciclos de vida.


SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

O sistema reprodutor feminino é responsável pela produção das hormonas progesterona e estrógeno e também pela produção dos gâmetas femininos. Além disso, é nesse sistema que encontramos o útero, órgão em que ocorre o desenvolvimento do bebé durante a gestação.

Devido à sua capacidade de comunicação com o exterior, é ponto de entrada para micro-organismos que podem provocar doenças, nomeadamente infeções ginecológicas, que são transmitidas, geralmente, durante as relações sexuais.

Todos os fenómenos que ocorrem a nível reprodutor supõem a interação de várias hormonas e vários órgãos, nomeadamente o hipotálamo. O hipotálamo é responsável pela segregação de hormonas ou fatores de libertação que atuam na hipófise (localizada por baixo do hipotálamo) e estimulam a libertação de outras hormonas. O padrão de libertação de hormonas sexuais funciona por um mecanismo de feedback, sendo os estrogénios e a progesterona as principais hormonas envolvidas.


CICLO MENSTRUAL

Por definição, o primeiro dia do ciclo menstrual é considerado o primeiro dia de hemorragia e termina no início da menstruação seguinte. Os ciclos menstruais variam entre 21 e 40 dias e divide-se em três fases: folicular, ovulatória e luteínica.

Fase folicular (primeira fase): ao mesmo tempo que se dá a menstruação, por causa da descida das hormonas produzidas, aumentam as hormonas estimulantes dos ovários, as gonadotrofinas (sobretudo FSH). Por vezes, este início de ciclo, em que os ovários produzem menos hormonas é referido como fase folicular precoce ou inicial.

Fase ovulatória: Quando o folículo atinge o tamanho adequado (chamando-se folículo de Graaf) dá-se a ovulação. A forma como este processo é despoletado é bastante complexa e depende de um equilíbrio entre várias hormonas. Uma subida da hormona LH faz com que o ovócito complete a sua maturação, rompendo o folículo, e sendo libertado na cavidade abdominal onde se dirige à trompa de Falópio. É esta hormona (LH) que é medida nos testes de urina para determinar a ovulação (testes de fertilidade), e a sua subida determina o início da fase lútea, ou segunda fase do ciclo menstrual. Nesta fase algumas mulheres podem sentir o que é comummente chamado de “dores menstruais”.

Fase luteínica (segunda fase): após a ovulação (e até pouco antes desta), as células das paredes do folículo iniciam a produção de outra hormona, a progesterona. Nesta altura chamamos a este folículo pós-ovulatório o corpo lúteo ou corpo amarelo. Amarelo porque tem realmente aparência pigmentada amarela.

A produção desta hormona (progesterona) leva a uma série de alterações no endométrio que melhor se podem descrever como “amadurecimento”, ao contrário do crescimento característico da fase folicular. Este amadurecimento permite a implantação (nidação) do potencial embrião, criando condições ótimas para o seu desenvolvimento inicial.

Na menstruação, devido à redução dos níveis de estrogénios e progesterona, parte do endométrio solta-se. A hemorragia menstrual dura entre 3 a 7 dias e a sua duração média é de 5 dias, sendo que a mulher perde entre 14 g e 280 g de sangue (em média, 128 g).


MENOPAUSA

Quando uma mulher atinge uma idade entre os 40 e os 50 anos, o ciclo menstrual torna-se irregular e a ovulação deixa de ocorrer. Consequentemente, os ciclos menstruais cessam completamente. A menopausa é a ausência definitiva da menstruação.

Este fenómeno ocorre dado que, com o passar do tempo, os ovários respondem cada vez menos à estimulação provocada pela hormona luteinizante e pela foliculoestimulante, segregadas pela hipófise. Consequentemente, os ovários segregam cada vez menos quantidade de estrogénios e de progesterona e a ovulação pára.

A menopausa é especialmente conhecida pelos sintomas que causa na mulher. Muitas mulheres (cerca de 75%) queixam-se de afrontamentos, que são acessos de calor. Estes podem ser também seguidos de calafrios. A menopausa também provoca sintomas psicológicos e emocionais como a fadiga, irritabilidade, insónia e nervosismo causados pela diminuição dos estrogénios. Por vezes a mulher pode sentir enjoos, ter uma sensação de formigueiro e sentir os batimentos cardíacos. Também pode ocorrer incontinência urinária, inflamação na bexiga e vagina e secura vaginal.


PROBLEMAS GINECOLÓGICOS E MENSTRUAIS

Os problemas ginecológicos são os relacionados com o aparelho reprodutor feminino. As suas causas são variadas, nomeadamente, infeções, lesões ou alterações hormonais. As perturbações menstruais mais frequentes são a vaginite e vulite, o Síndrome Pré-menstrual, a dismenorreia e os fibromas. Estas surgem devido ao controlo da menstruação ser feito através de um conjunto de interações complexas entre as hormonas.


CONSELHOS PARA ATENUAR SINTOMAS

Para atenuar as variações nos níveis de estrogénios e progesterona e assim evitar sintomas tanto no síndrome pré-menstrual como também na fase da menopausa, aconselha-se a:

  • Evitar a retenção de líquidos (reduzindo o consumo de sal)
  • Reduzir a ingestão de açúcar
  • Reduzir o consumo de cafeína e álcool
  • Introduzir mais hidratos de carbono na alimentação
  • Suplementar com Cálcio e Magnésio
  • Praticar exercício físico
  • Evitar situações de stress
  • Realizar exercícios de relaxamento

 

Referências

Manual Merck. URL: www.manualmerck.net

Seeley, R.R.; Stephens, T.D.; Tate, P. Anatomia & Fisiologia, Lusodidacta, Lisboa, 2001.